As Cores de Lisboa e do Tejo
Quando vejo estas cores matinais de Lisboa, dá vontade de estar lá, de sentir a luz, o cheiro, os sons da cidade. São pormenores que nos dão energia para um novo dia.
A pausa oferecida pelo tempo de atravessar o rio arruma-nos as ideias - o que iremos fazer, ou não, nesse dia.
Muitas vezes penso como seria no tempo em que Fernando Pessoa passeava pela baixa pombalina ou, mesmo, no tempo de Eça de Queiróz sentado no Martinho da Arcada.
Há muitos anos que desviaram a atracagem dos cacilheiros para o Cais do Sodré e isso tirou todo o encanto que as ligações fluviais ofereciam. Os cacilheiros davam cor, vida e beleza à bela Praça do Comércio, onde nunca vi comércio, a não ser vendedores de castanhas, de jornais e revistas.
Foram muitos anos de tradição, de muitos milhares de trabalhadores a encher quotidianamente o Terreiro do Paço, desprezados por outros interesses e isso foi um gesto muito feio. Perdeu-se o encanto e a tradição e, para cúmulo, a estação do Cais do Sodré é triste, fria e muito cinzenta. Enfim, muda-se sempre para pior. E estas mudanças, sempre para pior, é que já são, infelizmente, tradição no nosso Portugal...
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